quarta-feira, 30 de junho de 2010

"ars longa vita brevis" - Hipocrátes

Acredito que algumas pessoas passam rápido por esse mundo com um propósito:deixar uma mensagem...
A de McQueen foi escrita em tecidos e modelagens inesquecíveis, mas não só isso, a melhor parte deste fantástico estilista são os espetáculos apresentados por ele nas passarelas...neles podemos perceber que por trás do seu trabalho tem uma pesquisa pra lá de bem feita...quem sabe fazer moda não mostra apenas roupa bonita, mas roupa com conceito e muito bem estruturada em termos de pesquisa...esse olhar atento pro mundo fez de McQueen um gênio....

Alexander McQueen em sua coleção póstuma não apenas provou que era um gênio, mas mostrou como lidava com os temas escolhidos, como ele sabia olhar pra arte, fazer o recorte certo com imagens de pinturas, esculturas ou decorações, dissecá-los de seus atributos e significados originais, e reconstrui-las em forma de estampa, primando pela cor e pela forma.
A coleção mostra muito bem o caminho entre a pesquisa e as peças apresentadas, totalmente inspirada na arte sacra bizantina a coleção é uma homenagem a grandes obras de arte como O Jardim das Delícias e As Tentações de Santo Antão de Bosh...(não sei se ele já pensava no suícidio, mas essa coleção parece mais um anúncio de que McQueen estava envolvido com temas como céu e inferno, anjos, nascimento e morte, etc..um verdadeiro clima religioso medieval como pecados, olhares de Deus, castigos....paira em torno dessa coleção, como uma espécie de aviso).
As estampas acima foram recortadas e remontadas a partir dos entalhes decorativos de Grinling Gibbons e das cores e figuras de Stephan Lochner, no tríptico Adoração.
 O mais legal dessa coleção é ver que não é preciso beber de uma única fonte para se inspirar, você pode juntar tudo que gosta......o segredo é colocar tudo de modo harmonioso e unir várias referências de forma inteligente, seja usando a cartela de cores ou um tema.....
A referência para os vestidos acima foram retiradas da obra de Hugo van der Goes no Tríptico Portinari...As próprias imagens dessa roupas já parecem uma pintura..
Até os vestidos lisos foram inspirados em obras de arte como este vestido que tem referência na Virgem do retábulo de Van Eyck...
 
 Assim como peças que representam o anjo (Gabriel) da Vírgem...

Li certa vez que a obra favorita de MacQuenn é o tríptico Virgin and Child (1450), de Jean Fouquet e ele não esqueceu de homenagear essa obra....

                     Alguns detalhes...






   Fontes: style.com, standingcinema e treinando-o-olhar.

1 comentários:

Jordana Lima disse...

ahh de roupas e estampas nao conheço
mas que esses sapatos são um babadooo são
ameii
shauhsau
obgd pela dica flor!
bjokss

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